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  • Foto do escritorMarta Engenheiro

Como acabar com a corrupção no desporto antes que ela acabe connosco

O conceito não é de hoje. Já há largos anos que a criminalidade relativa ao

desporto é uma prática recorrente. Desde apostas ilegais a subornos, quem pratica este tipo de atividade pode ser acusado de muita coisa, menos de falta de criatividade. Vão desde casos como o “Apito Dourado”, que tiveram bastante atenção da imprensa, até a práticas que provavelmente nunca serão descobertas. Uma das maneiras de corrupção no desporto, especialmente em futebol, é o ato de subornar jogadores para manipularem o resultado de jogos, como perder propositadamente. Podem aproveitar também para apostar em jogos dos quais já sabem o resultado. “Em Portugal é ilegal que se façam apostas em campeonatos abaixo da categoria “sénior”, porque a permeabilidade dos mais jovens poderia ser aproveitada para manipulação, através da oferta de equipamento novo, por exemplo”, foi o que disse Luís Ribeiro, coordenador da unidade nacional contra a corrupção da Policia Judiciária Portuguesa, como orador no segundo dia da Sports Integrity Week, organizada pela SIGA na NOVA SBE, em Carcavelos. “É falso que apenas os jogadores com salários baixos ou em atraso são suscetíveis à corrupção”, acrescentou também Luís Ribeiro, durante a oratória.


O deputado Italiano, Lorenzo Salazar, também contribuiu para este tópico, “o crime organizado consegue alterar os resultados de eleições”. É comum a primeira instância relativamente ao combate a este tipo de prática ser a de aplicação de medidas de punição, mas o deputado italiano reforça que “Neste campo, a prevenção é a palavra-chave”.


Giovanni Tartaglia Polcini mencionou o perigo que é a existência de grupos organizados que trabalham todos os dias em esquemas de corrupção, como a “máfia do desporto”, como sendo “uma ameaça para o nosso futuro.” “As organizações usam a corrupção como um liquido para corromper a nossa sociedade”. As estratégias para combater este fenómeno passam por ter uma “sociedade coesa” e da “construção de consensos”. A SIGA é, por isso, um “elemento estratégico no combate à corrupção”, pois promove o que para Polcini é o mote “Desporto, Paz e Justiça”.


A juíza Ana Celeste Carvalho defendeu que “o desporto é uma área de massas. É uma atividade económica fortíssima e por isso ela própria geradora de fatores de criminalidade”, mas “todas as patologias associadas ao desporto não se resumem à prática de um crime”, podendo ter as mais diversas naturezas e gravidades. Para a juíza, deve então ser discutido o modelo para o melhor funcionamento do desporto. Nesse sentido, uma forte aposta seria facilitar o acesso à justiça, ou seja, torná-la acessível a todos os cidadãos. A luta contra a corrupção desportiva ainda está longe de acabar, mas com a ajuda de organizações como a SIGA, esse objetivo parece cada vez mais próximo.

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