O segundo dia da Siga Sport Integrity Week contou com um momento de conversa entre o Presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, e o Presidente da Comissão de Instrutores da Liga Portugal, Fernando Torrão. O foco recaiu sobre as imperfeições do sistema jurídico português.
O objetivo do debate é desde logo deixado claro por ambos os intervenientes: a urgência de justiça desportiva, descrita por Fernando Torrão como um "pilar absolutamente vital para a credibilidade no futebol profissional". "É extremamente importante que as pessoas se revejam na justiça desportiva. Às vezes pode ser difícil devido às paixões e clubismos; mas há algo que contribui muito para que tal seja possível: a celeridade processual", explica.
Em agosto deste ano, num evento de lançamento da Liga 2022/2023, Pedro Proença afirmou que o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) “não devia existir”, opinião que esclareceu em Carcavelos, no segundo dia do SIGA. O problema, afinal, não está na existência do TAD, mas antes “na forma como as decisões criam dificuldades imensas naquilo que era a ideia original [do tribunal]” e, acima de tudo, no formato do sistema de justiça português ‒ afinal, “não existe uma atividade credível que não tenha uma justiça credível", acrescenta.
A rapidez na tomada de decisões no que diz respeito a casos do desporto rei pode variar dependendo do tipo de processo em causa, o que tem sido um dos principais obstáculos para a excelência e credibilidade desportiva na opinião dos grandes da Liga Portuguesa. A solução, segundo os mesmos, poderá estar associada à criação de um "modelo de exclusividade", que facilitaria a "capacidade de autorregulação dos clubes".
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